Atlético x Cruzeiro: Afinal, quem tem a maior goleada do Clássico Mineiro?

Dia 04 de dezembro de 2011, Sete Lagoas, Minas Gerais, última rodada do Campeonato Brasileiro. Um dos maiores clássicos do futebol na Arena do Jacaré. Torcida única do Cruzeiro dado o acanhamento do estádio, que estava sendo usado, pois Mineirão e Independência passavam por reformas visando a Copa de 2014.

Ambas as equipes vinham mal, mas o Atlético já estava salvo do rebaixamento. Todavia, para a Massa, ainda havia algo a ser disputado naquele campeonato. Uma vitória do Galo rebaixaria o maior rival pela primeira vez na história.

Inicia-se o jogo e o Atlético deve ter ficado no vestiário. Jogadores já em férias enquanto os cruzeirenses comiam grama para livrar a equipe do rebaixamento. No final, 6 x 1 para o Cruzeiro.

A maior vitória da equipe Celeste sobre o rival.

Após esse vexame, atleticanos reavivaram algo que até então era pouco comentado nas rodas de discussões. A maior goleada do Atlético sobre o então Palestra Itália, antigo nome do Cruzeiro.

A maior goleada Clássico ocorreu no dia 27 de novembro de 1927, no estádio do América e terminou 9 x 2 para o Atlético, gols de Said (3), Mário de Castro (2), Jairo (3) e Getúlio (1). Para o Cruzeiro, descontou Ninão (2).



A POLÊMICA


Desde então está criada a polêmica!

Os cruzeirenses se defendem de várias formas.

Uma parte alega que o jogo não existiu e aponta um fato como sendo a "prova" de que esse placar seria uma lenda.

Alegam os cruzeirenses que o estádio onde teria ocorrido o jogo, pertencente ao América só foi inaugurado em 1946. De fato, o estádio Otacílio Negrão de Lima, o Alameda, de propriedade do América, foi inaugurado em 27 de maio de 1946.

Mas eis o erro nesse argumento cruzeirense. O América possuía um estádio anterior ao Alameda. Perceba que nos recortes de jornais da época que apontam a notícia, bem como na foto do Almanaque do Cruzeiro que trata da partida, não é mencionado estádio da Alameda, mas estádio do América.

E esse estádio se encontrava onde hoje é o Mercado Central de Belo Horizonte e que foi inaugurado em 1913. Clique nas imagens abaixo para ampliá-las.

 

Fonte: https://www.goal.com/br/news/619/especiais/2015/02/27/9341842/uma-viagem-aos-antigos-est%C3%A1dios-de-am%C3%A9rica-mg-atl%C3%A9tico-mg-e



OS 14 X 3


Já outra parte dos cruzeirenses alega que o placar existiu, mas que isso em nada afeta os brios da China Azul. Realmente, parte dos cruzeirenses pode pouco se importar com isso, mas é notório que uma parcela enorme da torcida celeste se engasga com esse placar. A prova disso é o infame episódio dos 14 x 3.

A primeira menção aos 14 x 3 ocorreu no site Passion Libertadores após uma matéria do mesmo site sobre os 9 x 2 de 1927. O problema é que a "matéria" sobre os 14 x 3 ocorreu em uma área do site destinada aos torcedores. Lá, qualquer pessoa poderia publicar seus próprios textos sem qualquer crivo editorial ou jornalístico.

Para tentar reforçar o fato, surgiu há alguns anos uma montagem de um suposto jornal da época dos 14 x 3 relatando o placar. Contudo, notórios erros são observados.

Primeiramente a diagramação do texto não está de acordo com a época, que usava máquinas de escrever e constantemente o sinal de hífen (-) para apontar palavras que se iniciavam em uma linha e terminavam em outra, não textos justificados, como podemos escrever atualmente com os modernos computadores.

Além disso, observa-se claramente uma foto do jogador Ademir da Guia, nascido em 1942, com a camisa do Palmeiras e que jogou de 1960 a 1977, bem depois da suposta data do suposto 14 x 3, que seria 1921.



Tal fato foi notado de imediato pela revista Placar, que publicou a seguinte notícia: Notícia inventada sobre goleada engana cruzeirenses na internet.



Clique para ampliar
http://archive.is/Of1ig



AS PROVAS DO 9 X 2


Como dito anteriormente, alguns cruzeirenses alegam que os 9 x 2 é uma mentira criada pelos atleticanos após os 6 x 1 de 2011.

Mas eis os fatos, os 9 x 2 já foram mencionados antes dos 6 x 1, conforme aponta as imagens abaixo de uma matéria de 2008 comemorativa ao Centenário do Atlético do Jornal O Tempo e das imagens da revista Placar de 1986 e 1999, respectivamente (clique nas imagens para ampliar).







Além disso, existem fotos de jornais da época e que podem ser encontrados em arquivos diversos, como o da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Clique na imagem para ampliar.




Clique nas imagens para ampliar:





Indo além, o próprio almanaque do Cruzeiro aponta o placar (clique na imagem para ampliar).




Por fim, eis o depoimento de um ex jogador cruzeirense que participou dos 9 x 2 e vinculado ao blog do jornalista Chico Maia, notório jornalista esportivo de Minas Gerais (clique nas imagens para ampliar).







CONCLUSÃO


Apesar de todas essas provas, os cruzeirenses insistem em criar "verdades", alegando que já ouviam falar dos 14 x 3 anteriormente a matéria do site Passion Libertadores. Essa alegação é tão fantasiosa quanto ao do apelido Lurdinha, criado recentemente pelos cruzeirenses como uma resposta ao já consagrado apelido Maria dado pelos atleticanos aos cruzeirenses.

Há cruzeirenses na internet que afirmam de pé junto que já ouviam avós, pais etc comentando sobre o apelido e os 14 x 3, todavia, nada há de documentação sobre esses dois fatos que não remontem a tempos hodiernos, demonstrando que essa alegação, de que esses dois fatos são antigos, não passa de uma tentativa dos cruzeirenses de estabelecer uma nova realidade no estilo "uma mentira contada mil vezes se torna uma verdade".

O que há de provas e as documentações sustentam até agora é:

1 - Os atleticanos realmente pouco citavam os 9 x 2 antes dos 6 x 1, o que mostra que o placar a favor do Cruzeiro realmente incomodou os atleticanos;

2 - Os 9 x 2 ocorreram e isso incomoda uma parte dos cruzeirenses que, ou afirmam que não existiu e apontam "provas" falhas desse argumento, ou afirmam que pouco se importam, mas tentam desmerecer o feito alterando descaradamente a história.

3 - Os 14 x 3 não existiram e trata-se de uma tentativa dos cruzeirenses de alterar a história, atribuindo ao clube que torcem uma fictícia maior goleada na história do Clássico Mineiro.

Relembrando a Copa de 1986 - Parte V

Partes I, II, III, IV e V (os links abrirão em outra janela). 

Chegamos às quartas de final com confrontos bem interessantes. Dois deles, principalmente, Brasil x França, lembrando que os franceses eram os atuais campeões europeus, e Argentina x Inglaterra no primeiro confronto pós Guerra das Malvinas. Além, é claro dos donos da casa contra a Alemanha Ocidental e da Bélgica contra os vice-campeões europeus, Espanha.



Nos dois últimos confrontos, vitória dos alemães e belgas nos pênaltis após empates por 0 x 0 e 1 x 1, respectivamente. Nada de anormal, afinal, o futebol mexicano não era tão forte quanto é hoje e os belgas tinham uma seleção de respeito.

Quanto à Brasil x França e Argentina x Inglaterra... Bem, suas histórias todos já conhecem. Estão entre as mais comentadas na História das Copas.

Comecemos por Brasil x França. Que jogo! Futebol ofensivo de ambos os lados, bola na trave, pênalti perdido no tempo normal, por Zico... o 1 x 1 foi um placar até magro. Nos pênaltis, vitória dos franceses com direito ao insólito lance da bola batendo na trave, nas costas do goleiro Carlos e entrando. A título de curiosidade, esse jogo ocorreu no dia 21 de junho, aniversário do Tricampenato de 1970 e de Michel Platini.





Copa dos Campeões Mundiais de 1995, 1996 e 1997

A Copa dos Campeões mundiais foi um torneio organizado pelo SBT reconhecido pela CBF de tiro curto como muitos dos realizados nos anos 90 e que eram uma grande atração nas noites de nossas TVs.

Participam os clubes brasileiros vencedores da Copa Intercontinental UEFA/Conmebol. No caso, Santos, Grêmio, Flamengo e São Paulo. As três edições tiveram exatamente a mesma fórmula. Uma fase inicial em turno único de todos contra todos, com os dois primeiros fazendo uma final. 



A edição de 1995 ocorreu em Uberlândia e Brasília. Após os seis jogos da fase inicial, Santos e São Paulo avançaram para a final, com este último se sagrando campeão nos pênaltis após um 0 x 0. Detalhe para a reportagem abaixo. Vinculada na Globo, apesar do torneio ser organizado pelo SBT e tendo transmissão do canal de Silvio Santos.



Relembrando a Copa de 1986 - Parte IV

Partes I, II, III, IV e V (os links abrirão em outra janela). 

Após um longo hiato, vamos iniciar nossos relatos sobre a fase final da competição.

Nas oitavas, nenhuma surpresa, à exceção da eliminação da Dinamarca. Nem foi pela eliminação em si, mas pela forma como ocorreu, com uma sonora goleada para a Espanha por 5 x 1.




Destaque também para o clássico sulamericano, Argentina 1 x 0 Uruguai; para o que foi um dos melhores jogos da Copa, Bélgica 4 x 3 União Soviética; para a festa dos donos da casa, eliminando a Bulgária por 2 x 0; bem como para a apertadíssima vitória da Alemanha Ocidental frente ao Marrocos por 1 x 0 em um gol espírita no finalzinho do jogo.

Argentina 1 x 0 Uruguai



 Bélgica 4 x 3 União Soviética



Alemanha Ocidental 1 x 0 Marrocos



México 2 x 0 Bulgária




Além desses jogos, a Inglaterra venceu o Paraguai por 3 x 0 e o Brasil, com um futebol que começava a convencer, eliminou a Polônia após um 4 x 0. 

Inglaterra 3 x 0 Paraguai



Brasil 4 x 0 Polônia





Em breve as quartas de final.

Relembrando a Copa de 1986 - Parte III

Partes I, II, III, IV e V (os links abrirão em outra janela). 

Chegamos então a terceira parte. Na primeira falamos sobre as eliminatórias e na segunda sobre alguns grupos (clique nos links acima para vê-las. Elas abrirão em outra janela). Faltavam dois, o do Brasil e o da Dinamarca. 

O grupo E contava com Dinamarca, Alemanha Ocidental, Uruguai e Escócia. Em sua primeira Copa do Mundo, claro que a Dinamarca seria o azarão. Em sua primeira partida de Copa, venceram a Escócia por 1 x 0. Placar até normal, você diria, mas o que falar dos 6 x 1 metidos no Uruguai na segunda rodada e dos 2 x 0 enfiados na vice campeã Alemanha Ocidental?


Não por menos, o apelido de Dinamáquina!!! Um futebol ofensivo e envolvente, mas frágil defensivamente, o que acabaria gerando um preço que veremos na próxima parte.

Três vitórias e o primeiro lugar no grupo. Alemanha Ocidental e Uruguai se classificaram, com os alemães em segundo e os uruguaios em terceiro e a Escócia eliminada.

Dinamarca 6 x 1 Uruguai



Dinamarca 2 x 0 Alemanha Ocidental



E o grupo do Brasil?

Relembrando a Copa de 1986 - Parte II

Partes I, II, III, IV e V (os links abrirão em outra janela). 

Na postagem anterior falamos sobre as eliminatórias e suas curiosidades. Infelizmente me esqueci de citar a heroica classificação portuguesa, que já foi alvo de postagem aqui no blog (clique aqui para ler).

Isto posto, chegamos à Copa. Seis grupos cada um com quatro seleções. No Grupo A ficaram a que viria a ser a campeã da copa Argentina, a campeã da edição anterior Itália, Bulgária e Coreia do Sul. Os coreanos foram desclassificados, com os argentinos passando em primeiro, os italianos em segundo e os búlgaros como uma dos melhores terceiros colocados. Neste grupo, destaque, obviamente, para o clássico Argentina e Itália. O jogo ocorreu na segunda rodada e terminou empatado por 1 x 1. Maradona marcou seu primeiro gol no torneio, o único na primeira fase da competição.



 


Relembrando a Copa de 1986 - Parte I - Fatos e curiosidades das eliminatórias

Partes I, II, III, IV e V (os links abrirão em outra janela).  

Vamos falar sobre a Copa que ficou conhecida como "A Copa dos Golaços"! Obviamente, essa postagem será dividida em partes cujos links serão disponibilizados ao final de cada uma delas. 

Como vocês provavelmente sabem, inicialmente essa edição deveria ter ocorrido na Colômbia, todavia, devido a problemas financeiros, o comitê organizador desistiu, deixando um abacaxi para a FIFA descascar. A entidade então ofereceu a Copa ao Brasil que declinou, oferecendo, ainda aos Estados Unidos, que já visavam 1994 e, portanto, também declinaram. Finalmente, o México aceitou organizar de última hora o torneio. 


Já não bastasse toda a dramaticidade em organizar um evento desse quilate em pouco tempo, um ano antes a Cidade do México foi abalada por um terrível terremoto que atingiu 8,3 na Escala Richter (que vai até 9)!!! (Saiba mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sismo_da_Cidade_do_M%C3%A9xico_de_1985)

Iraque, Canadá e Dinamarca jogariam a copa pela primeira vez. Falaremos mais adiante sobre as eliminatórias europeias, asiáticas e da Concacaf.

Por agora, vamos falar da Conmebol. As 10 seleções foram divididas em 3 grupos. O Grupo 1 tinha Argentina, Colômbia, Peru e Venezuela. A Argentina ficou em primeiro e se classificou diretamente, Colômbia e Peru passaram para a segunda fase e a Venezuela foi eliminada. O Grupo 2 contou com Uruguai, Chile e Equador. O Uruguai avançou em primeiro, o Chile ficou em segundo e foi para a segunda fase e a Bolívia foi eliminada. O Brasil ficou no grupo 3, ao lado do Paraguai e Bolívia. O Brasil avançou em primeiro, o Paraguai foi para a segunda fase e a Bolívia foi eliminada.

Eliminatórias como devem ser, enxutas! Argentina, Brasil e Uruguai já classificados. Se hoje as coisas estão bem mais próximas, naquela época as forças eram bem definidas. As seleções que lutavam para ser a quarta força do continente jogariam o playoff e a última vaga. Chile x Peru e Paraguai x Colômbia, com os chilenos e paraguaios avançando. Na decisão, o Paraguai foi amplamente superior e se classificou para sua segunda copa após vencer a primeira partida em Assunção por 3 x 0 e empatar por 2 x 2 em Santiago. Festa nos país Guarani! Desde 1958 os paraguaios não jogavam uma copa.




Fatos e curiosidades das eliminatórias para a Copa de 1990.

Já discutimos aqui no Blog os jogos do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 1990. O assunto foi tratado na primeira parte da da postagem sobre a Copa (clique aqui para ver).

Sem sombra de dúvidas, o fato mais sui generis dessas eliminatórias foi o episódio da Fogueteira e do goleiro chileno Rojas. Rosenery Mello, a Fogueteira, chegou a posar para a Playboy.


Mas outras coisas interessantes ocorreram.

Na América do Sul, vale lembrar que a Argentina, campeã da edição anterior, já estava classificada automaticamente, logo, apenas 9 seleções disputaram. Elas foram divididas em 3 grupos com 3 seleções cada. Jogos em turno e returno, de modo que cada seleção jogou quatro vezes. Bem diferente das inchadas eliminatórias atuais.

Os dois melhores primeiros colocados se classificaram diretamente, com o terceiro melhor colocado se classificando para uma repescagem. No Grupo 1 ficaram Uruguai, Peru e Bolívia. No Grupo 2, Colômbia, Paraguai e Equador. No 3, Brasil, Chile e Venezuela.

A redentora classificação colombiana:

Brasil e Uruguai se classificaram diretamente e a Colômbia após repescagem com Israel, que na época era filiada à Oceania. Apesar de ter uma boa seleção, o confronto não foi fácil para os colombianos. Vitória apertada por 1 x 0 em Barranquilla e empate por 0 x 0 em Ramat. Foi o retorno da Tricolor à uma Copa após sua última participação até então, em 1962 no Chile. Por isso, a classificação foi muito festejada.




Batalha Campal: Guarani x Corinthians - Brasileiro de 1994

O dia era 12 de outubro, Brinco de Ouro, Campinas. Em campo, Guarani e Corinthians jogariam pelo primeiro turno da segunda fase do Campeonato Brasileiro. O Corinthians sai na frente, mas toma a virada. 


Nas arquibancadas, os corintianos encontram-se espremidos em um trecho de arquibancada atrás de um dos gols. Como muitos alvinegros ainda não haviam entrado no estádio, a PM resolve acomodá-los em um pequeno espaço na arquibancada superior do estádio. O problema é que ela já estava tomada, em sua maior parte, por bugrinos.

Claro que não ia dar certo...



Alemanha x União Soviética 1991: A única vez que a URSS enfrentou a Alemanha reunificada.


Dia 27 de março de 1991, no Waldstadion em Frankfurt am Main, Alemanha.

Aliada dos rivais soviéticos na Guerra Fria, a Alemanha Ocidental já havia realizado onze jogos contra a URSS, mas essa seria a primeira e única vez que o "Exército Vermelho", alcunha da seleção soviética, iria enfrentar a Alemanha unificada.

Todos os gols ocorreram no segundo tempo da partida. Aos 20 minutos (65') Stefan Reuter abriu o placar para os alemães, Aos 36 (81') Lothar Matthäus ampliou para os donos da casa, finalmente, dois minutos depois (83'), Igor Dobrovolskiy de pênalti descontou e o jogo terminou 2 a 1 para a então seleção campeã do mundo.

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